O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde iniciará no dia 10 de março, a vacinação gratuita contra HPV na rede pública. O PNI estará disponibilizando a vacina quadrivalente contra os HPV tipos 6-11-16-18 da MSD, gratuitamente nos postos de saúde e escolas públicas e privadas. Em 2014 as faixas etárias contempladas serão meninas de 11 a 13 anos e em 2015 meninas entre 9 e 11 anos. Depois, de acordo com Dra. Nilma Neves, presidente da Comissão de Vacinas da Febrasgo, será mantida a vacinação para as meninas de 9 anos.

O esquema vacinal fornecido pelo PNI será o estendido (0-6-60 meses), ou seja, a segunda dose será aplicada após 6 meses da primeira e a terceira será aplicada após 5 anos da primeira dose. A primeira dose será aplicada nas escolas públicas e privadas e a segunda e terceira dose estará disponível nas unidades de saúde. No momento da administração da primeira dose, será entregue uma carta à adolescente orientando sobre onde se dirigir para receber a segunda dose.
Esse esquema estendido é baseado em estudo de não inferioridade de imunogenicidade e recomendação do Grupo Técnico Assessor de Imunizações da Organização Pan-Americana de Saúde (TAG/OPAS) e discutido pelo Comitê Técnico Assessor do PNI. A vacinação das adolescentes ocorrerá sem necessidade de autorização ou acompanhamento dos pais ou responsáveis. Na vacinação em escolas, caso o pai ou responsável não autorize a vacinação da adolescente, orienta-se que assine e encaminhe à escola o “Termo de Não Autorização de Vacinação contra HPV”. A menina não será vacinada, caso o responsável assine documento de recusa.
As adolescentes que desejarem fazer o esquema padrão – conforme a bula do produto, ou seja, 0-2-6 meses, deverão ir às clínicas particulares e custear sua vacinação. Se a adolescente tomar a primeira dose na escola e desejar fazer a segunda dose com 2 meses, ela deverá custear esse esquema em serviço privado.
Recomenda-se que as adolescentes recebam as três doses com a mesma vacina, visto que há duas vacinas atualmente disponíveis no mercado, que não são intercambiáveis. As adolescentes que tenham iniciado o esquema com a vacina bivalente devem terminar o esquema com a mesma vacina, nos próprios serviços onde se iniciou o esquema. Ressalta-se que as adolescentes já vacinadas com a vacina bivalente não serão revacinadas com a vacina quadrivalente.
Dra. Nilma Neves explica que deve-se ter as seguintes precauções:
Doença febril aguda grave: a administração da vacina HPV deve ser adiada em caso de doença febril aguda grave. Contudo, a presença de uma infecção leve, como é o caso de resfriado ou de febre baixa, não constitui motivo para o adiamento da vacinação.
Doença aguda intensa ou moderada: a administração da vacina HPV deve ser adiada em caso de doença aguda intensa ou moderada.
Trombocitopenia: a vacina deve ser administrada com precaução em meninas com trombocitopenia ou qualquer distúrbio de coagulação pelo risco de ocorrer sangramento após a injeção intramuscular.
Gravidez: a vacina não é recomendada para o uso durante a gravidez por não existirem estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas até o presente momento. Se a menina engravidar após o início do esquema vacinal, as doses subsequentes deverão ser adiadas até o período pós-parto. Caso a vacina seja administrada inadvertidamente durante a gravidez, nenhuma intervenção adicional é necessária, somente o acompanhamento pré-natal adequado.
Lactação: durante a lactação a vacina pode ser administrada normalmente, segundo resultados dos estudos clínicos Fase III, ainda em andamento.
Imunossupressão: a imunossupressão por doença ou medicamentos não contraindica a vacinação.
Administração simultânea com outras vacinas: a vacina HPV pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas dos Calendários Nacional de Vacinação do PNI, sem interferências na resposta de anticorpos a qualquer uma das vacinas. Quando a vacinação simultânea for necessária, devem ser utilizadas agulhas, seringas e regiões anatômicas distintas.
Intercambialidade entre vacinas HPV: as duas vacinas contra HPV atualmente disponíveis no mercado não são intercambiáveis. As adolescentes que tenham iniciado o esquema com a vacina bivalente devem terminar o esquema com a mesma vacina, nos próprios serviços onde se iniciou o esquema.
Revacinação: as adolescentes já vacinadas com a vacina bivalente não serão revacinadas com a vacina quadrivalente e não foi estabelecida a necessidade de dose de reforço.
Em relação às contraindicações é necessário ter atenção com adolescentes que têm hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer um dos excipientes da vacina, com história de hipersensibilidade imediata a levedura e que desenvolveram sintomas indicativos de hipersensibilidade grave após receber uma dose da vacina HPV.

fonte: FEBRASGO