Em casais que possuam idade superior aos 38 anos e naqueles com histórico de doenças genéticas recomenda-se uma avaliação pré-concepcional com um especialista em medicina reprodutiva para definir a necessidade de realizar testes genéticos embrionários pré-implantacionais também. Finalizando essa parte de avaliação antes da gravidez, é válido que a futura mamãe esteja com o seu exame preventivo do câncer de colo de útero em dia, assim como sua avaliação mamária.

Uma vez que a gravidez ocorra, o primeiro passo é se certificar que a gestação se implantou dentro do útero e não fora dele e qual o número de sacos gestacionais e embriões implantados. Além disso, faz-se necessária a suplementação com ácido fólico ou metil folato para diminuir os riscos de malformações do tubo neural fetal que, idealmente, deve ser iniciada antes da quinta semana de gestação e mantida até o final do primeiro trimestre.

A suplementação de derivados do ferro para evitar a anemia vai variar em seu início, para pacientes que iniciem o pré-natal anêmicas deve ser imediata. Já para as outras deve ser avaliado o melhor momento de início para suplementação que, na maioria das vezes, pode ser feita a partir do término do primeiro trimestre. Ainda nessa fase da gestação, é feita uma nova rotina laboratorial que inclui avaliação da glicose, tireoide, hemograma completo, pesquisas para toxoplasmose, HIV, sífilis e outras doenças infecto-parasitárias.

Ao longo de todo o primeiro trimestre da gravidez, a avaliação mais importante do bebê se dá entre a 11a. e a 13a. semanas. Nesse período deve ser feita a avaliação de risco fetal para síndromes genéticas. Esse exame é feito através da avaliação ultrassonográfica onde são analisados parâmetros fetais, como o ducto venoso, translucência nucal e osso nasal. Muitas vezes, se dosa no sangue materno a fração livre do BHCG e o PAPP-A e o resultado pode definir a necessidade de se recomendar exames mais invasivos, como a biópsia de vilo, amniocentese ou cordocentese para esclarecimento de possíveis síndromes como a Síndrome de Down, por exemplo. Atualmente, ainda no primeiro trimestre, é possível realizar a pesquisa do sexo do bebê pelo sangue da mãe, isso a partir da 7a. semana.

Durante o 2° trimestre da gestação, uma nova rotina laboratorial materna deve ser realizada, o destaque é para a pesquisa do diabetes gestacional. Esse rastreio é feito através do teste de tolerância oral à glicose. Nessa fase, são importantes também, a realização do reforço vacinal para tétano e coqueluche, após a 28a. semana em pacientes que tenham feito a vacina há mais de cinco anos, e a avaliação da isoimunização materna para gestantes com tipo sanguíneo de fator RH negativo. Do ponto de vista fetal, o segundo trimestre é fundamental para a avaliação morfológica e cardíaca do bebê.

Por fim, a monitoração da pressão arterial deve ser feita com especial cuidado a partir do segundo trimestre, pois é nessa etapa que começam a ser detectados os casos de doença hipertensiva específica da gestação, também conhecida como pré-eclâmpsia. No terceiro e último trimestre da gestação, devemos seguir todas as precauções anteriores do ponto de vista materno. Orientações sobre como o trabalho de parto ocorre e sobre as contrações de preparo são essenciais para que a mamãe fique tranquila.

Nesse momento, do ponto de vista do bebê, é importante que sejam feitas avaliações periódicas de seu peso e crescimento, assim como do bem-estar fetal. Tais avaliações serão feitas através de exames chamados de cardiotocografia e ecodoppler fetal. A forma como serão feitos vai variar de acordo com a evolução da gravidez e do perfil do obstetra que a estiver acompanhando.

No momento do parto, independente da escolha da mãe por cesárea ou por um parto normal, o principal ponto a ser ressaltado é que ela deve estar bem assistida por uma equipe obstétrica preparada para conduzir o procedimento, respeitando as escolhas dos pais mas com bom senso e tranquilidade para indicar as intervenções precisas, quando necessárias. Além disso, não abra mão de ter presentes nesse momento um pediatra e um anestesista. Feito isso, é só esperar a chegada do bebê!

*Por Roberto de Azevedo Antunes