Por Dr. Marcelo Marinho

A dificuldade que um casal enfrenta para engravidar tem 50% de chances de ter o homem como fator determinante, segundo dados divulgados recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O médico especialista em reprodução humana assistida é o profissional que deve ser procurado quando há essa suspeita, ou seja, se o casal já tentou a gravidez por no mínimo um ano e não conseguiu realizar a concepção.

Durante a primeira consulta uma boa anamnese, a entrevista feita pelo médico especialista, apontará os exames necessários para a investigação de ambos. Sendo confirmada a infertilidade masculina, começa um tratamento direcionado.

Como é feito o tratamento nos homens?

A primeira intervenção é no estilo de vida. Homens que fumam, abusam de bebidas alcoólicas, ingerem cafeína em excesso ou estão acima do peso são estimulados às práticas que podem minimizar todos os impactos no organismo e, se necessário, são prescritos medicamentos e até psicoterapia para que a saúde esteja em dia.

Por que isso é importante?

O alcoolismo, o tabagismo, a obesidade e o excesso de cafeína no corpo afetam diretamente a qualidade do sêmen e potencializam a infertilidade. Na maioria dos casos, eliminar esses agentes nocivos significa metade do processo.

Fragmentação do DNA seminal

Durante a avaliação médica é investigada a necessidade de medicamento específico, como é o caso por exemplo, dos pacientes que possuem uma fragmentação aumentada do DNA seminal. O tratamento é feito a base de antioxidantes para diminuir o estresse oxidativo nos espermatozoides. A fragmentação do DNA no líquido seminal precisa ser tratada com rigor porque já sabemos que é a causa de perdas gestacionais e pode levar aos piores resultados de uma fertilização in vitro.

Concentração reduzida de espermatozoides

Outra possibilidade para a infertilidade masculina é a baixa concentração de espermatozoides. Neste grupo de homens, primeiramente é verificada se a função testicular está preservada. Quando os testículos funcionam normalmente é possível fazer o resgate ou a melhora dos parâmetros seminários clássicos. Na prática, interferimos com agentes bioquímicos que aumentam a concentração de espermatozoides.

Um dos medicamentos usados para esses casos é o citrato de clomifeno, também recomendado no tratamento de infertilidade feminina, além do HCG, medicações que melhoram a qualidade dos espermatozoides e podem reverter casos de azoospermia, quando ocorre uma obstrução no trato reprodutivo ou a produção de espermatozoides é insuficiente até a ausência total deles.

Nos diagnósticos em que é identificada a supressão do eixo hipotálamo-hipófise, responsável pela integração dos sistemas nervoso e endócrino no organismo, como é frequente nos pacientes que usam anabolizantes, essa indicação terapêutica costuma ser eficiente.

Procedimentos cirúrgicos

Existem muitos procedimentos para alternativas distintas de tratamento, Entre eles, a punção aspirativa peptídeo, a punção aspirativa de testículo, a dissecção de testículo e a microdissecção de testículo. Cada um desses métodos pode ser utilizado para casos de azoospermia, por exemplo.

A punção peptídeo é conhecida como PESA, técnica muito utilizada em pacientes que possuem obstruções como é o caso dos homens que fizeram vasectomia. Eventualmente, pacientes com azoospermia não obstrutiva com função testicular preservada, podem usar essa técnica para correção hormonal.

Nos casos de falência testicular ou aspermia, quando não há saída de sêmen na ejaculação, as dissecções testiculares ou as microdissecções testiculares são técnicas indicadas.

Como saber qual é o procedimento mais indicado para o meu caso de infertilidade?

A orientação é procurar um especialista em Medicina Reprodutiva ou Andrologista com experiência na área.

A fertilidade masculina é um recurso que a Medicina oferece para transformar angústias em realizações.

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