De acordo com o relatório de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, com dados referentes a 2012 e divulgado pelo Ministério da Saúde em 2013, a porcentagem de brasileiros com mais de 18 anos que tem sobrepeso é de 51% – sendo que 17,4% estão obesos. O excesso de peso atinge 54% dos homens e 48% das mulheres.

Os dados são preocupantes, pois, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a má alimentação, a ausência de atividade física regular e ainda o uso de tabaco estão entre os principais causadores de doenças cardíacas, diabetes tipo II, acidentes vasculares cerebrais e tipos de câncer. Além disso, sobrepeso e obesidade podem estar associados a problemas de fertilidade.

Em relação às mulheres, o excesso de peso influencia o ciclo hormonal e é um fator prejudicial à fertilidade. Outro problema: se a mulher tem gordura corporal em excesso, o organismo produz mais estrógeno e começa a reagir como se estivesse controlando a reprodução, o que limita as chances de gravidez. Já no caso dos homens, há alteração nas taxas de dois hormônios.

O sobrepeso reduz o nível de testosterona e aumenta o estradiol, fatores que resultam em comprometimento da produção de esperma. A obesidade, por sua vez, pode prejudicar o ciclo hormonal masculino. De acordo com estudos, os homens com excesso apresentam maior índice de fragmentação do DNA do espermatozoide, fator que pode gerar falha na fertilização.

Mulheres

A dificuldade para engravidar pode estar relacionada a problemas ocasionados pela obesidade: diabetes e Síndrome dos Ovários Policísticos são exemplos. A síndrome ocorre quando a mulher que apresenta ovários policísticos produz uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos. O problema é que este desequilíbrio hormonal prejudica a ovulação.

Às mulheres com sobrepeso e obesas e que desejam engravidar, recomenda-se que tentem emagrecer. Em certos casos, apenas com a perda de peso as dificuldades para engravidar são superadas – isso porque a obesidade gera a resistência do organismo à insulina e essa resistência também gera o aumento da produção dos hormônios masculinos.

– Saliente-se que mulheres magras demais também podem sofrer dificuldades para engravidar. Isso porque quando se emagrece, a quantidade de gordura no corpo diminui, o que pode inibir a produção de estrógeno e outros hormônios. Resultado: impede-se a formação e a liberação de óvulos. O baixo peso ainda está igado a problemas que afetam a fertilidade, como o hipertireoidismo.