Publicado no periódico PLOS One, um estudo com vacas revelou que o sexo do filhote influencia a produção do leite materno assim que o filhote nasce. A conclusão é a mais recente evidência dessa relação, que também inclui seres humanos e outras espécies de mamíferos, de acordo com cientistas. Ou seja, o sexo do filho é um fator decisivo para o teor do leite produzido pela mãe.
No estudo, 1,49 milhão de vacas foram observadas durante o período de dois ciclos de lactação (produção de leite) – cada um com duração de 305 dias. Nas duas épocas, as vacas produziram, em média, 445 litros a mais de leite quando o filhote era fêmea na comparação com um filhote macho. Em outros estudos, já havia se observado que os filhotes machos recebem leite com mais proteína ou gordura em sua composição – gerando mais energia –, enquanto as fêmeas recebiam leite em maior quantidade. O mesmo com os seres humanos.
A razão para que isso aconteça não é totalmente conhecida. Porém, há teorias. Uma delas diz haver relação com a adaptabilidade do filhote, pois, no caso das fêmeas, receber mais leite permitiria que chegassem antes à idade reprodutiva. Já em relação aos seres humanos, ainda há muito a se descobrir sobre como a amamentação impacta no desenvolvimento da criança. Tal descoberta poderia ajudar a ciência a desenvolver fórmulas similares ao leite materno – e, assim, suprir a necessidade de gestantes com dificuldade em produzir leite. Enquanto o aspecto nutricional do leite materno é razoavelmente replicado, os fatores imunológicos e os sinalizadores hormonais ainda não são reproduzidos.