Define-se a infertilidade conjugal como a incapacidade de um casal engravidar após 12 meses de relacionamento sexual sem o uso de método contraceptivo. A fertilidade não necessariamente está ausente. Pode estar reduzida, condição chamada de subfertilidade. Em boa parte dos casos, a condição de infertilidade ou subfertilidade está relacionada apenas à mulher. Isso ocorre, normalmente, por ela ser a responsável pelo desenvolvimento da gestação. Mas o problema também pode estar vinculado apenas aos homens em determinados casos.
A partir de pesquisas científicas, observou-se que o baixo peso e a obesidade são os problemas nutricionais que mais parecem interferir na saúde do sistema reprodutor em países desenvolvidos. No Brasil, a qualidade de vida aumentou nas últimas décadas, o que resultou em taxas de obesidade mais próximas às dos países desenvolvidos. Diferentes estudos apontam que o baixo peso (IMC menor que 17kg/m2) e as condições de sobrepeso ou obesidade em mulheres (IMC maior que 25 kg/m2) estão associados a um aumento da infertilidade.
Ambos os fatores – o baixo peso e o sobrepeso/obesidade – podem ocasionar alterações no funcionamento do sistema reprodutor e interferir negativamente na saúde reprodutiva de homens e mulheres. Exemplos: distúrbios hormonais, desequilíbrios entre nutrientes, resistência à insulina, dificuldade ou ausência de ovulação e alteração na quantidade ou qualidade dos espermatozoides são algumas das conhecidas consequências do estado nutricional inadequado que podem acrescer o tempo ou impedir que uma gestação ocorra naturalmente.
O tabagismo, o consumo em excesso de álcool e cafeína e a prática imprópria de atividade física são outros fatores que podem estar relacionados com uma demora para engravidar. Sobre a cafeína, ressalte-se que estudos sugerem o risco de um desfecho indesejado da gestação ou um aumento do tempo para alcançar a gestação, porém, se tem ciência de que os resultados obtidos quase sempre estão relacionados com outros fatores. Portanto, não se deve atribuir o problema exclusivamente à cafeína e às bebidas ricas com essa substância.
A partir dessas conclusões, é essencial que a mulher – como o homem – tenha uma condição física ideal para que não apareçam problemas de fertilidade e para que a gestação ocorra de forma segura e saudável. Por isso, mudanças de hábito, especialmente alimentares, são melhores do que medicamentos ou tratamentos, pois não causam nenhum efeito colateral. Mulheres com baixo ou excesso de peso que apresentam problemas de fertilidade devem alcançar um peso saudável a partir de algumas modificações na alimentação. Veja dicas.
– Os alimentos industrializados devem dar lugar a alimentos frescos e naturais.
– A ingestão calórica deve ser corrigida segundo as necessidades diárias.
– Uma nova rotina com planejamento alimentar diário é determinante.
– Reduz o consumo de alimentos com cafeína (café, refrigerantes, chocolate).
– Ao longo do dia, refeições a cada três horas: chegando até oito por dia.
– Escolha e priorize alimentos lácteos com baixo teor de gorduras.
– É essencial que se introduza frutas, legumes e verduras da dieta alimentar.
– O consumo de gorduras totais de boa qualidade deve sofrer adequação.
– Substitua carboidratos simples (refinados) por carboidratos complexos.
– Não coma alimentos embutidos, enlatados ou ultraprocessados (congelados).