Nos anos 80 e 90, a medicina observou um significativo aumento no número de gestações de gêmeos a partir dos tratamentos de reprodução humana. À primeira vista, isso poderia indicar o sucesso desses tratamentos. No entanto, o “sucesso” se mostrou um problema de saúde pública.
As gestações múltiplas apresentam maior incidência de diabetes, hipertensão e, principalmente, casos de prematuridade, entre outros complicadores. Devido a essa relação com um maior número de complicações para a gestante e os bebês, especialistas em reprodução humana, obstetras e pediatras entendem que esse tipo de gestação deve ser, se possível, evitado.
Hoje, com a melhora nas taxas de implantação (gestação por cada embrião colocado no útero), tornou-se possível diminuir o número de embriões transferidos após os ciclos de fertilização in vitro (FIV) sem reduzir as chances de engravidar. Ainda sim, dados da Red Latinoamericana de Reproducción Asistida (Redlara) revelam que a frequência de gestações múltiplas foi de 30,2% – 27,8% de gestação gemelar – no ano de 2012.
No Brasil, a recomendação é pela transferência de, no máximo, dois embriões em mulheres de até 35 anos; três embriões em mulheres entre 36 e 39 anos; e quatro embriões em mulheres com 40 anos ou mais.