40% dos diagnósticos de infertilidade são dos homens e 20% são das mulheres
Quando um casal tenta engravidar de forma espontânea e encontra dificuldades, logo fica assustado e pensa que jamais irá conseguir realizar o sonho de ter filhos. A infertilidade, infelizmente, é uma realidade na vida de 15% dos casais. Uma pesquisa divulgada pela OMS, Organização Mundial da Saúde, apontou que a responsabilidade pela dificuldade de engravidar em 30% é atribuída ao casal igualmente. Outros 20% é só da mulher, 40% é só do homem e 10% de causas desconhecidas. O que traduz com precisão o peso dos fatores masculinos para a infertilidade.
Junho é o mês mundial de conscientização da infertilidade, uma campanha que chama atenção da sociedade para o problema. E a necessidade de atuar para minimizar as consequências. “Quando chega um casal na clínica falando que está com dificuldades de engravidar pelo método tradicional, nós fazemos vários exames para descobrirmos o motivo dessa dificuldade e quando o diagnóstico vem informando que é a infertilidade, podemos ver no olhar deles a tristeza de imaginar não poder ter um filho. Mas, existem tratamentos para isso e nós estamos aqui para ajudar o casal que deseja aumentar a sua família”, explica a Dra. Maria do Carmo Borges de Souza, Presidente da REDLARA, Rede Latino-americana de Reprodução Assistida e especialista em Reprodução da Clínica Fertipraxis.
O que é infertilidade?
Um casal para ser considerado infértil precisa passar por um diagnóstico detalhado com um especialista em Reprodução Humana. A procura pelo médico só deve ocorrer depois de um ano de tentativas de relações sexuais desprotegidas. Isso, se o casal não apresentar qualquer fator conhecido relacionado às dificuldades de engravidar e que as mulheres tenham menos de 35 anos de idade.
Depois dessa idade existe um declínio acentuado da fertilidade da mulher, justificando a procura de um especialista após 6 meses de tentativas mal sucedidas de gravidez. Após os 40 anos, o casal deve procurar um especialista imediatamente após a decisão de ter um filho, pois nessa situação, qualquer atraso na investigação do casal pode diminuir muito as chances de sucesso dos tratamentos que podem vir a ser necessários. Segundo o especialista em Reprodução, Dr. Roberto Antunes, o método mais utilizado pelos casais com dificuldades para engravidar é a Fertilização In-Vitro. “A FIV consiste na estimulação ovariana à base de medicamentos para obter o maior número de óvulos e aumentar as chances da gravidez.”, explica.
Quais são as maiores causas da infertilidade?
As duas principais causas de infertilidade conjugal encontram-se empatadas com 35% dos casos para cada, que são: os fatores masculinos e as patologias tubárias e pélvicas, ou seja, problemas relacionados às trompas e aderências causadas por inflamações anteriores. Alterações ovulatórias respondem por 15% dos casos, enquanto 10% são considerados casos sem uma causa aparente.
Quais são os tratamentos para infertilidade?
Com o avanço da tecnologia, houve uma evolução substancial dos procedimentos para tratar a infertilidade e dar esperança para milhares de casais realizarem o sonho de engravidar. A seguir, o Dr. Marcelo Marinho, também especialista em Reprodução Humana da clínica Fertipraxis aponta alguns dos tratamentos para a infertilidade:
Inseminação artificial: É a técnica ou procedimento denominado de baixa complexidade. Necessita, para ser indicada, da presença de pelo menos uma das trompas permeáveis e que o homem tenha sêmen com pelo menos 5 milhões de espermatozóides de boa motilidade no final do preparo a que a amostra de sêmen é submetida no laboratório (teste de recuperação ou capacitação de espermatozóides). Os ovários são estimulados e acompanhados por ultrassonografia até o momento próximo da ovulação. A partir daí uma medicação subcutânea marca exatamente o momento da ovulação, que define um período fértil e uma janela de tempo para se fazer a introdução dos espermatozóides móveis selecionados no fundo do útero e na direção das trompas. A inseminação pode ser indicada para casais com alterações leves no sêmen e/ou distúrbios de ovulação, casais homoafetivos femininos ou mesmo mulheres que querem engravidar por produção independente, estes últimos casos utilizando o sêmen do doador.
Fertilização in-vitro: ou bebê de proveta como é mais conhecida. Ela corresponde ao processo no qual a paciente é submetida a uma hiperestimulação ovariana controlada que produz uma resposta ovariana de múltiplos folículos. Esses são puncionados por via transvaginal guiada por ultrassonografia, para a obtenção dos óvulos, que após sua captação e retirada dos folículos ovarianos, são preparados para a realização de dois possíveis procedimentos: a FIV clássica, quando colocamos os óvulos juntamente com os espermatozoides em cultura e deixamos que os espermatozóides fecundem os óvulos por conta própria, ou, mais recentemente, a FIV tipo ICSI, isto é, a injeção intracitoplasmática de um espermatozóide capacitado (escolhido) em cada um dos óvulos maduros aspirados.
ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides): Técnica de fertilização também de alta complexidade, além do preparo hormonal dos ovários, segue-se um processamento das amostras de sêmen para escolha de um espermatozóide a ser injetado diretamente dentro de cada óvulo. Esta técnica é a melhor opção principalmente para os casos onde os fatores masculinos são muito importantes em relação ao número e motilidade dos espermatozoides.
Indução da ovulação: É uma das possibilidades naqueles sem uma causa aparente para a não-gravidez. A capacidade de induzir ovulações em pacientes anovulatórias foi um dos primeiros e mais importantes passos da endocrinologia reprodutiva. Atualmente existe uma série de agentes capazes de desencadear o desenvolvimento de óvulos