Por Dr. Marcelo Marinho de Souza
Na avaliação de um casal infértil, consideramos 3 grupos, dependendo das causas da dificuldade em se conseguir a gestação. Em um grupo, as causas estão nas mulheres, em outro nos homens e em um terceiro grupo, em ambos.
Alguns pontos são fundamentais para um diagnóstico preciso, como uma boa anamnese, exame físico e avaliação de exames complementares específicos para cada caso.
Sem considerar uma ordem de frequência, os pontos principais da investigação feminina recaem em 3 grupos principais. No primeiro, a pesquisa das disfunções ovulatórias, com atenção à síndrome dos ovários policísticos (SOP) e sua capacidade de produzir um estado anovulatório. Por outro lado, é fundamental para o adequado aconselhamento, a pesquisa da reserva ovariana, particularmente nas mulheres com idade pouco mais avançada, importantíssimo e de fácil realização.
No 2º grupo, atentamos para as causas anatômicas uterinas, como as alterações congênitas, além daquelas que surgem ao longo da vida, como os miomas (particularmente os submucosos), os pólipos, as sinéquias, etc.
Outro grupo inclui o fator tubário e tubo-peritoneal, sendo fundamental a averiguação da integridade anatômica e funcional das trompas uterinas. Nesse contexto, não podemos esquecer do grande vilão, que é a endometriose, uma doença delicada, muitas vezes silenciosa, com enorme potencial inflamatório da pelve, sendo uma causa frequente de alteração das trompas uterinas, com sua obstrução, uni ou bilateral.
Para cada etapa dessa avaliação, que deve ser abrangente, recorremos a exames complementares específicos, como os laboratoriais, ultrassonografia transvaginal,
ressonância magnética da pelve, histerossalpingografia, vídeo-histeroscopia, etc. Tudo para assegurar uma maior possibilidade de diagnóstico preciso e, assim, maior chance de sucesso no tratamento.