Tema de diversos estudos, a interferência da cafeína sobre a fertilidade ainda suscita muita dúvidas. Pode o consumo de bebidas com cafeína diminuir a fertilidade da mulher? Pode a substância ter alguma influência nas chances de engravidar?
Nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de Harvard identificaram o consumo regular de cafeína em cerca de 70% das mulheres candidatas à fertilização in vitro. E segundo outro estudo, esse hábito não parece interferir nas chances de gravidez dessas mulheres, embora o consumo de bebidas com cafeína tenha sito o fator principal entre os hábitos das norte-americanas com dificuldades para engravidar.
Outro estudo avaliou a relação entre o consumo de bebidas com cafeína e o tempo necessário para engravidar. Realizado pela Boston University School of Public Health, o estudou envolveu quase 4 mil mulheres e revelou que a ingestão diária de três xícaras de café não foi suficiente para alterar a função reprodutiva ou os planos de concepção das participantes.
Quanto ao risco de perdas gestacionais, os vários estudos não mostram dados consistentes. Para alguns estudos, pode ocorrer um pequeno aumento das chances de se perder um bebê entre as mulheres que consomem mais de 100 mg de cafeína. Mas em geral, o entendimento científico é de que o consumo de até 300 mg de cafeína por dia não seja suficiente para prejudicar uma gravidez ou o bebê.
Por ser difícil mensurar a interferência da cafeína sobre a fertilidade em cada indivíduo, deve valer o bom senso. Logo, para quem deseja engravidar – ou já engravidou –, pode ser benéfico reduzir o consumo diário de café, chá ou refrigerante. Para esclarecer mais dúvidas, procure um médico especialista em reprodução humana.
Fonte: Dr. Bruno Ramalho de Carvalho