Hábitos como o tabagismo e a exposição a fatores ambientais, como os pesticidas, podem interferir negativamente sobre a fertilidade de um casal, dificultando a desejada gravidez. Portanto, além de doenças ginecológicas e urológicas, é preciso cuidar do estilo de vida e do ambiente ao redor para a preservação da fertilidade.
Sobre o tabagismo, sabe-se que mulheres fumantes têm mais dificuldade para engravidar, pois possuem o dobro do risco de serem inférteis e de terem sua reserva de óvulos reduzida. Em casais que estejam realizando tratamentos de reprodução assistida, o tabagismo reduz em mais de 40% as chances de sucesso do tratamento.
Para quem planeja engravidar, parar de fumar é fundamental. Assim, evita-se que a função dos gametas femininos e masculinos sofra com efeitos negativos e aumenta-se a probabilidade de uma gestação espontânea. Em homens, o consumo de maconha diversas vezes por semana por cinco anos ou mais pode causar alterações no sêmen, prejudicando na capacidade de fertilização do óvulo. A maconha também pode causar no homem diminuição da libido, ginecomastia e alterações na ereção.
Já na mulher, alterações no ciclo menstrual, redução do número de óvulos obtidos na fertilização in vitro e aumento dos riscos de o bebê nascer prematuro são complicações possíveis e conhecidas decorrentes do consumo de maconha regularmente.
Os efeitos do álcool na fertilidade não são muitos claros. No entanto, aconselha-se ao homem um limite no consumo diário para não impactar na fertilidade – três taças de vinho. Em estudos, comprovou-se que as mulheres que consumiram álcool ao longo do tratamento de fertilização in vitro produziram embriões de pior qualidade.
A cafeína, por algum fator desconhecido, pode afetar alguns parâmetros do espermograma no homem. Em casais em tratamento, o consumo de café pode reduzir o índice de nascidos vivos. Atenção aos medicamentos anti-hipertensivos, quimioterápicos e radioterápicos, e aos usados em tratamentos para doenças neuropsiquiátricas (antidepressivos) e úlceras de estômago: muitos estão associados a alterações da fertilidade.
Quanto à exposição a fatores ambientais, atenção ao trabalho. A exposição ocupacional de homens e mulheres aos metais pesados (chumbo, por exemplo), a pesticidas ou a solvente pode resultar em efeitos negativos na fertilidade. De acordo com estudos, o telefone celular pode alterar parâmetros do espermograma; alterações relacionadas ao tempo de uso do aparelho. Pesquisadores estimam que o impacto de novas tecnologias na fertilidade será conhecido nos próximos 20 anos.
Então, ter um estilo de vida saudável, evitando se expor a fatores ambientais que podem afetar a fertilidade, é fundamental para a preservação da fertilidade dos casais que desejam uma gravidez. Também é importante para quem realizará algum tratamento de reprodução assistida.