Já se sabe que hábitos saudáveis influenciam diretamente a fertilidade. Em se tratando da Síndrome do Ovários Policístico (SOP), essa relação vai além do que se come, mas da hora também. Um estudo avaliou apenas mulheres de peso normal e como a alimentação pode ser uma forma natural para melhorar a fertilidade de quem sofre da SOP. O objetivo da pesquisa não foi estabelecer a perda de peso, mas sim o manejo da insulina.
No estudo, as mulheres com a síndrome que consumiram mais calorias no café da manhã e reduziram o consumo no restante do dia apresentaram redução na resistência à insulina. Isto gerou níveis mais baixos de testosterona e também um aumento na frequência da ovulação; fatos que, somados, têm um impacto na fertilidade. Diante disso, concluiu-se que uma dieta de baixas calorias com café da manhã reforçado e um jantar menos calórico diminui os níveis de insulina.
Esta conclusão levou os pesquisadores a testar um plano alimentar semelhante para observar se esta poderia ser uma opção terapêutica para melhorar a fertilidade de mulheres com SOP. Divididas em duas dietas de 1.800 calorias, 60 mulheres com a síndrome e índice de massa corporal (IMC) normal foram avaliadas. Um grupo consumiu 983 calorias no café da manhã, 645 no almoço e 190 no jantar. O outro: 190 no café da manhã, 645 no almoço e 983 no jantar.
Passados 90 dias, os níveis de insulina, glicose e testosterona de cada uma das mulheres foram analisados. O resultado mostrou que não houve mudança no IMC. Entretanto, houve variações nos demais fatores. As mulheres do grupo que consumia mais calorias no jantar mantiveram os altos níveis de insulina e testosterona durante e após o estudo. Já as mulheres do café da manhã mais calórico reduziram em 56% sua resistência à insulina e 50% sua testosterona.
Os resultados da pesquisa sugerem, portanto, que os horários das refeições podem beneficiar as mulheres com SOP. Vale lembrar que a síndrome inibe a fertilização natural e também tem impacto negativo nos tratamentos de fertilização in vitro.