O novo estudo, publicado este mês no European Respiratory Journal, apresenta novas evidências de que a asma tem um efeito negativo na fertilidade. Pesquisadores do Hospital Universitário Bispebjerg, na Dinamarca, analisaram dados de questionários preenchidos por um grupo de mais de 15 mil gêmeas que vivem no país, com idade de até 41 anos.
Os questionários incluíram perguntas sobre a presença de asma e sobre fertilidade. Os pesquisadores escolheram gêmeos para realizar comparações diretas entre irmãs, evitando a necessidade de medir a informação genética e o estilo de cada pessoa individualmente.
As participantes foram divididas em dois grupos, um com asma e outro sem. Em seguida, foram formados outros dois sub-grupos, um com mulheres que trataram a asma na adolescência e outros que não trataram. Todas as participantes foram questionadas se estavam tentando engravidar por mais de um ano sem sucesso e quantos filhos elas tinham.
Entre as participantes, 955 relataram um histórico de asma. Os resultados revelaram as mulheres com asma tiveram um tempo de espera maior para conseguir engravidar, em comparação com aquelas sem a doença (27% das asmáticas contra 21,6 % das não-asmáticas). O risco de um atraso na concepção também aumentou significativamente em mulheres com asma e que não buscaram tratamento (30,5%) contra aquelas que se trataram (23,8%).
Os pesquisadores também notaram uma tendência interessante na idade das participantes. Mulheres acima de 30 anos de idade com asma tinham uma tendência maior de esperar mais tempo para engravidar (32,2 % das mulheres com idade acima de 30 contra 24,9 % das mulheres com idade inferior a 30). No entanto, os resultados globais do estudo demonstraram que as mulheres com asma tiveram o mesmo número médio de filhos que as mulheres sem a doença.
O autor pricipal do estudo, Elisabeth Juul Gade afirmou que os resultados lançam luz sobre as complexas interações entre a fertilidade e a asma. Embora mulheres com a doença precisem de mais tempo para conseguir engravidar, os resultados sugerem que, se elas tomarem a medicação e controlarem a sua doença, podem reduzir este atraso.
— Como o efeito negativo da asma na fertilidade é reduzida por meio de tratamento, pode-se assumir que a inflamação sistémica caracterizada por asma pode ser responsável pelo efeito no retardamento da fertilidade. Nossos resultados sugerem que as mulheres com asma tinham o mesmo número de filhos, o que é devido ao fato de que eles tendem a conceber mais cedo em comparação com aqueles sem, obtendo uma vantagem sobre a sua vida reprodutiva — concluiu.
Fonte: Jornal Zero Hora