Os exames que avaliam a função da tireoide estão entre os mais importantes a serem realizados no pré-natal. Deve ser feito até mesmo com maior frequência.
Isso porque é comum que os hormônios da tireoide sofram alterações durante a gestação, ainda que a gestante nunca tenha apresentado qualquer problema em relação a este glândula anteriormente.
Como tais mudanças nos níveis dos hormônios podem ser prejudiciais, em virtude de a tireoide ser essencial para regular o organismo e o crescimento e desenvolvimento do bebê no útero, toda a atenção é necessária. Um estudo da George Washington UniversitySchoolof Medicine and Health Sciences, nos Estados Unidos, revelou que até mínimas oscilações dessa glândula podem levar ao aborto ou parto prematuro.
GRAVIDEZ E TIREOIDE. A presença do bebê altera a imunidade do corpo da mulher. Assim, toda a gestante tem a tireoide afetada. Na maioria das vezes, a alteração fica dentro de um percentual de normalidade. Aproximadamente, 5% das gestantes ficam com o funcionamento da tireoide mais lento, o que origina o hipotireoidismo, problema mais fácil de ser tratado.
HIPERTIREOIDISMO. Este problema, mais difícil de ser tratado, ocorre quando o metabolismo fica mais rápido, resultando em uma aceleração dos batimentos cardíacos da mãe e do bebê. O hipertireoidismo afeta mais ou menos 2% das gestantes. Em 80% dos casos que não são tratados, acontece o aborto ou o parto prematuro. Se a mulher grávida tem histórico familiar com o problema, as probabilidades são maiores.
EXAMES PARA DETECTAR O PROBLEMA. Há dois exames de sangue que devem ser realizados. Infelizmente, muitos obstetras não solicitam os exames por total desconhecimento da influência da tireoide na gestação. Por exemplo, o hipertireoidismo deve ser diagnosticado no primeiro trimestre de gestação, a fim de evitar danos ao desenvolvimento do bebê.
– Os exames para controle da tireoide devem ser feitos a cada quatro ou seis semanas durante a gestação.
MEDICAÇÕES. Os tratamentos para o hipotireoidismo e o hipertireoidismo são essenciais para evitar complicações – tanto em gestantes que já apresentavam o problema, quanto para aquelas que desenvolveram na gestação. No caso do hipotireoidismo, a medicação é a reposição do hormônio que o organismo não está produzindo, não trazendo riscos ao bebê. Em relação ao hipertireoidismo, o médico deve avaliar o risco da medicação.
– Ainda que se deva avaliar se a medicação oferece riscos, o risco é maior ao não se tratar o problema.
ALTERAÇÃO NA GESTAÇÃO, NORMALIDADE APÓS O PARTO?Quando os hormônios da tireoide se alteram durante a gestação, é preciso controlar nos próximos 12 meses pós-parto os níveis dos hormônios – se voltam ou não à normalidade. O controle é importante porque o problema pode piorar após o parto ou até surgir somente após o parto.