Um recente estudo francês analisou o fato de que certos casais “inférteis”, que tentaram tratamentos de fertilidade sem sucesso anteriormente, são capazes de conceber um bebê naturalmente no futuro. Para a Dra. Pénélope Troude, do Inserm, “os resultados do estudo de 2012 devem dar novas esperanças para os casais que foram tratados sem sucesso com a fertilização in vitro (FIV)”.
Apesar da conclusão, é difícil usar o estudo francês para determinar quais são os casais que podem se beneficiar desta expectativa da geração espontânea e quais são os casais que devem prosseguir com a FIV. Além disso, embora os resultados deem esperança aos casais que tentam engravidar, no longo tempo do estudo observou-se uma probabilidade relativamente baixa de concepção.
No estudo francês, os pesquisadores coletaram informações sobre cerca de 2.100 casais que iniciaram tratamento de fertilidade na França no começo dos anos 2000. Aproximadamente, 1.300 destes casais tiveram um bebê por meio da FIV. Após uma década, os casais responderam à pesquisa se “tiveram um filho por conta própria após a FIV?”. Entre os pais que tinham engravidado por meio da FIV, 17% tiveram outra criança sem tratamento. Entre os casais que não conseguiram ter um bebê por FIV, 24% tiveram uma gravidez espontânea.
O estudo também revelou que homens e mulheres mais jovens apresentaram melhores chances de ter um bebê naturalmente, bem como os casais cuja infertilidade não tinha uma causa clara. Entre as mulheres com menos de 35 anos com infertilidade sem causa aparente, 45% engravidaram após ter um bebê por FIV. De 12% a 13% dos casais do estudo, a causa era desconhecida.
A Dra. Pénélope Troude salienta que a infertilidade não significa que não exista chance de conceber, mas que a probabilidade é baixa apenas. E afirma que a infertilidade sem causa aparente pode ser um bom indicativo de quão grandes são as chances de o casal ter um bebê naturalmente, no comparativo com os casais que possuíam um diagnóstico claro para não engravidar inicialmente.