De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada seis casais necessita de ajuda especializada para engravidar. Para os médicos, não engravidar na primeira tentativa não é um problema. Um ano de tentativas é um prazo razoável. A partir disso, a busca por um especialista é necessária.
Mas quais fatores diminuem a fertilidade da mulher?
ENDOMETRIOSE. O problema atinge, aproximadamente, 15% das brasileiras em idade fértil. A razão para os flocos de endométrio, que escapam do útero e se fixam em outras partes do abdômen, dificultarem a gravidez ainda não tem explicação científica. Atualmente, sabe-se que a doença causa uma inflamação que altera a anatomia de órgãos pélvicos, o que dificulta a ovulação e também a movimentação dos espermatozoides.
Para identificar o problema, observe se a sua menstruação está irregular ou se suas crises de cólica fortes demais. Nestes casos, recomenda-se procurar um ginecologista, que, caso suspeite do problema, pedirá um exame específico de imagem. O diagnóstico precoce é importante para um tratamento rápido.
Uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que mulheres que ingerem alimentos ricos em ômega 3 tinham 15% menos chance de desenvolver a doença. Enquanto que as mulheres que ingerem alimentos com gordura trans apresentavam um risco 48% maior. Portanto, recomenda-se que se cortem alimentos com gordura trans, os substituindo por alimentos ricos em ômega 3.
Para o tratamento da endometriose, um novo medicamento com princípio ativo dienogeste, lançado em 2013, reduz lesões em 50% das pacientes. O remédio causa menos efeitos colaterais do que o tratamento com as injeções de GnRH, que interrompem o funcionamento dos ovários.
ESTRESSE. O estresse aumenta a produção do hormônio cortisol, o que pode interferir no ciclo menstrual e na ovulação. De acordo com um estudo realizado pela Universidade Emory, nos Estados Unidos, as 16 mulheres analisadas não ovularam diante de situações estressantes demais.
Para ajudar, é importante desacelerar o ritmo de trabalho e procurar atividades que diminuam o seu estresse. As sessões de terapia podem ser benéficas. No estudo já citado, observou-se que quando as mulheres falavam sobre todos os seus problemas, o nível de estresse baixava e a ovulação voltava.
SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS. Um problema que provoca ciclos hormonais irregulares. As mulheres com síndrome dos ovários policísticos têm resistência à insulina, geralmente. O hormônio vai para os ovários, estimulando a produção de testosterona e prejudicando a fertilidade.
O tratamento se baseia em medicamentos que ajudam a equilibrar o ciclo. Mas de acordo com um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, há como prevenir a síndrome dos ovários policísticos comendo a maior parte das calorias no café da manhã e reduzindo a quantidade durante o dia. Assim, diminui-se a resistência à insulina e também se aumenta a taxa de fertilidade. No estudo, as mulheres consumiram 980 calorias na manhã, 640 calorias no almoço e 190 calorias no jantar.
CORPO ESTRANHO. O organismo da mulher pode rejeitar um embrião porque o identifica como invasor, devido ao código genético diferente (mistura do pai e da mãe). Tal fator causa uma incompatibilidade imunológica e leva a quadros de aborto.
Para que o embrião seja reconhecido quando chegar ao útero, linfócitos do pai são injetados no organismo da mãe antes da gestação. Assim é feita a terapia imunológica, técnica polêmica e que nem todos os médicos a aceitam devido a sua eficiência ainda não estar comprovada.