Tratamento indicado para os mais diversos casos de infertilidade (alterações tubárias ou no sêmen, endometriose, idade materna avançada, entre outros), a fertilização in vitro (FIV) consiste em um processo feito em laboratório, em que os espermatozoides são colocados junto aos óvulos e a fecundação acontece de forma natural.
No processo, caso os gametas masculinos apresentem dificuldade de penetrar os óvulos, eles são injetados. Na sequência, os embriões resultantes são cultivados em laboratório durante três a cinco dias e recolocados no útero da mulher. As etapas seguintes da FIV ocorrem como nas gestações naturais, já que os embriões colocados dentro do útero devem se fixar e continuar o seu desenvolvimento.
A mulher precisa usar alguma medicação especial?
Para aumentar o número de óvulos maduros disponíveis no ovário no ciclo menstrual, medicações são utilizadas no começo do tratamento.
O tratamento pode ser realizado na menopausa?
Como após a menopausa a mulher já não tem mais óvulos ou ovários para serem fertilizados, a FIV não pode ser realizada na menopausa. Uma alternativa é a ovodoação anônima, que consiste na fertilização na qual são utilizados óvulos de outra pessoa.
Quanto tempo esperar para optar pelo tratamento?
Após cerca de um ano de tentativas de engravidar sem sucesso, os casais devem buscar um especialista em reprodução humana. Antes de iniciar qualquer tratamento, o especialista identificará o que pode estar dificultando a gravidez. Identificada a causa da infertilidade, ele orientará o casal para que encontrem o tratamento mais adequado, que pode ser a FIV. Os casais podem antecipar a busca por um especialista quando apresentarem determinados sinais: ausência de menstruação regular, histórico de infecção grave, endometriose ou suspeita de alteração no sêmen.
Há efeitos colaterais?
No processo do tratamento, o efeito colateral mais comum é o inchaço, que pode corresponder a um ganho de peso de até dois quilos. Geralmente, esses efeitos estão associados à estimulação exagerada dos óvulos. Dores de cabeça, desconforto abdominal e mudanças de apetite ou humor pode ocorrer, mas não são tão comuns. Trombose ou sangramentos intensos são efeitos colaterais graves possíveis, mas são raros.
Quais os exames realizados antes do tratamento?
Antes do tratamento, os casais devem realizar uma investigação completa da infertilidade. Isso significa se submeter a exames de ultrassom, avaliação hormonal, avaliação das tubas pela histerossalpingografia e espermograma. Também devem ser feitos exames de HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis e rubéola.
Há diferença entre gravidez natural e gravidez com FIV?
Há uma diferença: nas primeiras oito semanas da gestação com FIV é comum a utilização de hormônios de suporte que não são normalmente utilizados em gestações naturais. Passado esse período, os riscos da gestação com FIV são similares aos riscos da gestação natural.
Qual a rotina da mulher durante o tratamento?
É recomendado que a mulher não pratique atividades físicas de impacto durante o tratamento. Isso porque os ovários da mulher ficam maiores e o excesso de movimentação pode gerar problema. Em relação à alimentação, a recomendação é por uma dieta saudável, sem grandes restrições. Por ser um tratamento para engravidar, o consumo de bebida alcoólica e o fumo devem ser evitados.
Relações sexuais são permitidas durante o tratamento?
Em alguns períodos, as relações sexuais devem ser evitadas. Por exemplo, quando se aproxima o período de coleta do sêmen, a recomendação é de que o homem fique de dois a cinco dias sem ejacular para melhorar a qualidade do material. Após a coleta dos espermatozoides e ovários, os casais devem permanecer em abstinência para evitar dor na mulher por conta do tamanho dos ovários.
Qual a taxa de sucesso da FIV?
Em média, a probabilidade de sucesso da FIV é de 30%. Essa média pode aumentar ou diminuir dependendo das características de cada casal. A idade da mulher e a causa da infertilidade são as principais variáveis que podem influenciar na taxa de sucesso do tratamento.