Historicamente, a fertilização in vitro provocou o crescimento do número de gravidezes de gêmeos. Casais que buscavam esse tipo de tratamento para poderem engravidar tinham o receio, justificado, de que receberiam a notícia de que a fertilização in vitro fora um sucesso, mas com mais de um feto.
Atualmente, a proporção é de que a fertilização in vitro resulte em dois bebês em um de cada quatro casos. Embora seja uma situação a comemorar, o fato é que a gestação de gêmeos, muitas vezes, requer um cuidado maior, pois gestações múltiplas têm mais chances de complicações, tanto para a gestante, como para os bebês.
Alguns dos problemas mais frequentes em gestações múltiplas são o diabetes, a hipertensão e o alto índice de partos prematuros. Enquanto pais e familiares consideram a chegada de gêmeos uma notícia maravilhosa na maioria das vezes, muitos especialistas em reprodução assistida encaram isso como um desafio, pois o ideal seria alcançar os 100% de SET (single embryo transfer), ou seja, apenas um embrião transferido a cada tentativa, mantendo os mesmos índices de gravidez, mas reduzindo a incidência de gêmeos.
Essa perspectiva não é ilusória, pois, ao longo do tempo, pelo avanço da fertilização in vitro, o número de embriões implantados foi sendo reduzido, sem que isso reduzisse a taxa de sucesso. Tanto que, no Brasil, atualmente, em mulheres até 35 anos, o recomendado são dois embriões no máximo. Já em mulheres de 36 a 39 anos, são três e quatro para mulheres acima de 40 anos.
Num futuro não muito distante, é possível que a incidência de gêmeos como consequência da fertilização in vitro já seja uma raridade, com um número de casos bem abaixo dos que se verificam hoje.