Miomas uterinos, síndrome dos ovários policísticos, endometriose e menopausa precoce: quatro problemas ginecológicos que podem contribuir para quadros de infertilidade feminina.
• Miomas uterinos
De 30% a 60% das mulheres em fase reprodutiva apresentam sintomas de miomas uterinos. No entanto, o número de portadoras desse problema ginecológico aumenta quando somamos as mulheres que não apresentam sintomas e só descobrem o mioma quando procuram o ginecologista para uma consulta de rotina – são tão pequenos que não provocam sintomas e demandam apenas um tratamento expectante, em que o médico observa a evolução do quadro de cada paciente.
A chance de o mioma provocar infertilidade na mulher é pequena. Mas há casos em que, após ser submetida sem sucesso a tratamentos para engravidar durante dois ou três anos, a mulher descobre ser portadora de um mioma uterino que interfere na cavidade endometrial, tornando impossível a gravidez. O mioma uterino pode ser tratado com medicamentos. O tratamento é temporário. Ou seja, não há cura e o mioma volta a crescer após a interrupção do tratamento.
• Síndrome dos ovários policísticos
Alterações menstruais frequentes podem indicar a presença da síndrome dos ovários policísticos na mulher. Geralmente, a mulher com a síndrome menstrua a cada dois ou três meses e, frequentemente, tem apenas dois ou três episódios de menstruação por ano. Outro sintoma da doença é o hirsutismo, que se caracteriza pelo aumento de pelos no rosto, nos seios e na região do abdome.
A mulher com ovários policísticos produz uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos, o que pode afetar a fertilidade feminina. O principal problema que esse desequilíbrio hormonal provoca está associado com a ovulação: a testosterona produzida pela mulher interfere nesse processo e aumenta a possibilidade da incidência de cistos, que resultam de um defeito na ação dos hormônios do oviário, o que impede a ovulação.
• Endometriose
A endometriose, além de causar dor durante a relação sexual e alterações intestinas durante a menstruação (diarreia e dor para evacuar, por exemplo), está associada às dificuldades para engravidar após um ano de tentativas sem sucesso.
A associação entre endometriose e infertilidade feminina se manifesta em alguns casos: pacientes em estágio avançado da doença e obstrução na tuba uterina que impeça o óvulo de chegar ao espermatozoide. Além desses casos, fatores hormonais e imunológicos podem ser a causa para algumas mulheres com quadros mais leves de endometriose não engravidarem.
• Menopausa precoce
Quando a menopausa ocorre antes dos 40 anos de idade, sem uma causa aparente, dá-se o nome de falência ovariana prematura (FOP). Esse processo pode ter causas genéticas ou ser consequência de doenças autoimunes. A menopausa precoce associada ao fim das funções reprodutivas femininas ocorre com mulheres com câncer que se submeteram ao tratamento quimioterápico ou radioterápico, que podem prejudicar a fertilidade feminina, e com mulheres que tiveram os ovários removidos cirurgicamente.
O diagnóstico da causa da menopausa precoce é fundamental para as mulheres que querem engravidar. Exames físicos e complementares, como o de dosagem hormonal e o ultrassom ovariano são úteis. Além disso, exames de sangue podem ser realizados para investigar a presença de anticorpos que provocam danos às glândulas endócrinas. Para mulheres com menos de 30 anos, é realizada uma análise dos cromossomos.