Dez dúvidas mais comuns sobre o mal que acomete cerca de 15% da população mundial, 1 a cada 5 casais.
Mesmo em meio a pandemia, a procura pelos tratamentos de fertilização em clínicas especializadas de todo o país mostra que os casais brasileiros podem até encontrar dificuldades, mas ainda mantém o sonho de gerar filhos e consolidar uma família. Se fatores como estabilidade pessoal e profissional, a procura do parceiro ideal ou até mesmo o tratamento de doenças graves como o câncer, adiam esse sonho e diminuem as chances de uma gravidez natural, a confiança na evolução das técnicas de fertilização mantém a esperança de milhares de casais para tornar a gravidez uma realidade próxima. Se você tem dúvidas sobre o assunto e quer conhecer um pouco mais sobre as técnicas de fertilização, preste atenção nas dicas dos especialistas da Clínica Fertipraxis:
1- O que é infertilidade?
O casal é definido como infértil quando não consegue uma gravidez após um ano de relações sexuais não protegidas. Sabe-se que, mais ou menos, 15% dos casais enquadram-se nesse critério, devendo procurar um especialista para uma avaliação mais minuciosa sobre o motivo de não estarem conseguindo engravidar. Atualmente a Organização Mundial da Saúde considera a dificuldade de engravidar como uma “doença” do sistema reprodutivo.
2- Quais são as principais causas de infertilidade?
A maioria dos casais (cerca de 90%) consegue engravidar em até 12 meses. Entretanto, essa espera é apenas para aqueles que não apresentam qualquer fator já conhecido que possa estar relacionado a uma possível dificuldade para engravidar e para aqueles cuja mulher apresente menos de 35 anos. Após essa idade, existe um declínio acentuado da fertilidade da mulher, justificando a procura de um especialista após 6 meses de tentativas fracassadas de gravidez. Após os 40 anos, qualquer atraso na investigação do casal pode diminuir muito as chances de sucesso nos tratamentos, que podem vir a ser essenciais.
3- O que é Fertilização in vitro?
A FIV como é mais conhecida corresponde ao processo no qual a paciente é submetida a uma hiperestimulação ovariana controlada que produz uma reposta de múltiplos folículos. Esses são puncionados por via transvaginal guiada por ultrassonografia, para a obtenção dos óvulos, que após sua captação e retirada, são preparados para a realização de dois possíveis procedimentos: a FIV clássica, quando colocamos os óvulos juntamente com os espermatozoides em cultura e deixamos que os espermatozoides fecundem os óvulos por conta própria, ou, mais recentemente, a FIV tipo ICSI, isto é, a injeção intracitoplasmática de um espermatozoide escolhido em cada um dos óvulos maduros. Independente da técnica utilizada, após a fecundação e desenvolvimento inicial dos embriões, este é transferido para a paciente, guiado pela ultrassonografia, para definir um melhor local de colocação dos embriões no útero.
4- Vou fazer uma Fertilização in vitro, vou engravidar na minha 1ª tentativa?
De um modo geral, as chances de sucesso do procedimento giram em torno de 30% por tentativa. Além disso, existem diversos fatores que influenciam essas taxas de gravidez, como por exemplo: a idade da paciente, a causa da infertilidade, o tipo de protocolo utilizado para a FIV, entre outros. Portanto, antes de estimar as chances de uma FIV bem-sucedida, é preciso considerar todos os fatores, Por isso, o planejamento de uma tentativa deve ser bem cuidadoso.
5- O que é indução de ovulação?
É uma das possibilidades para pacientes sem uma causa aparente para a não-gravidez. A capacidade de induzir ovulações é um dos primeiros e mais importantes passos da endocrinologia reprodutiva. Atualmente existe uma série de agentes capazes de desencadear o desenvolvimento de óvulos. Seu uso é muito difundido devido ao menor custo do tratamento e as menores chances de complicações.
6- Como é feita a coleta dos óvulos?
Por ultrassonografia transvaginal com uma agulha especial que ao penetrar os folículos nos ovários, os esvazia através de pressão negativa através de uma bomba especial à vácuo. Todo o procedimento é realizado com a paciente sob sedação, monitorizada e acompanhada por um anestesista por toda a duração da coleta. O líquido aspirado de cada folículo é então avaliado por um embriologista que separa os óvulos que encontra para posterior fertilização dos mesmos.
7- Todos os óvulos colhidos durante o procedimento são aproveitados?
O ideal é encontrar por óvulos “maduros”, entretanto, apenas os maiores folículos são os que habitualmente contêm os óvulos chamados M2. Quanto menor o folículo, maior a sua chance de apresentar um óvulo imaturo, que não poderá ser aproveitado para a fertilização. Outro fator que determina a maturidade folicular é o uso correto da medicação para desencadear a ovulação. Quando a coleta dos óvulos é feita antes do tempo mínimo após a aplicação dessa medicação, aumenta-se a chance de obter um oócito imaturo.
8- O congelamento de óvulos pode ser feito em pacientes que irão tratar o Câncer?
Na literatura já existem diversas gestações oriundas de fertilização de óvulos que haviam sido congelados. Essa técnica é a principal a ser considerada em pacientes que porventura tenham que se submeter a tratamentos que possam causar infertilidade como, por exemplo, quimioterapia ou radioterapia, principalmente, aquelas mulheres que não tenham parceiro ainda. Dessa forma, aconselhamos todas essas pacientes que procurem um especialista em reprodução antes de iniciar algum desses tratamentos mais agressivos ao futuro reprodutivo dela.
9-No caso de doenças genéticas na família, é possível, pesquisar se os embriões apresentam o mesmo problema?
É possível buscar detectar os embriões que podem ser ou não transferidos, para não perpetuar um sofrimento muitas vezes inaceitável dentro daquela família (PGD). Outras vezes busca-se apenas afastar as alterações cromossomiais, chamadas aneuploidias (PGT), que são causas mais frequentes de abortamentos espontâneos ou até provenientes de algumas doenças (síndromes) que um casal deseja evitar.
10-Posso escolher o sexo de meu bebê, isso é permitido?
O único caso no qual podemos escolher o sexo do embrião a ser transferido é em caso de doenças genéticas ligadas aos cromossomos sexuais. Nessa situação, visando evitar a transmissão de uma condição patológica, fica permitido a escolha do sexo do embrião.