Entenda como fica a gestação para quem recebe o diagnóstico de câncer de mama

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são previstos mais de 66.280 novos casos de câncer de mama ao longo do ano. As mulheres são as mais afetadas e os principais fatores para esse aumento expressivo de casos são relacionados a idade, obesidade, hábitos diários, consumo de álcool e a uma dieta rica em gorduras e açúcares, além de um histórico genético e tratamentos hormonais.

Segundo a especialista em Reprodução Humana, Dra. Maria do Carmo, da Clínica de Reprodução Assistida Fertipraxis, as terapias para tratar o câncer, muitas vezes, afetam a reserva de óvulos, o que pode impossibilitar uma gestação de forma espontânea para as mulheres.

“Com o advento do congelamento de óvulos (no caso de mulheres), espermatozoides (no caso de homens) ou o congelamento dos embriões é possível se submeter a tratamentos contra o câncer e, após as sessões de quimioterapia, tentar a gravidez”, afirma a Dra. Maria do Carmo.

O Dr. Marcelo Marinho, Diretor da Clínica de Reprodução Assistida Fertipraxis, afirma que “as novas técnicas de congelamento e descongelamento de óvulos já apresentam resultados similares de aproveitamento e sucesso, de modo que, atualmente, já se fala inclusive em definir o congelamento de óvulos como o tratamento padrão para a preservação de fertilidade em mulheres.” 

O Dr. Roberto de Azevedo Antunes, que também é diretor da Clínica de Reprodução Assistida Fertipraxis, destaca ser preciso considerar o congelamento de óvulos que evita a ocorrência de questões éticas importantes que surgem, por exemplo, no congelamento dos embriões.

Exemplo disso é a discussão sobre o destino de embriões caso um casal se separe, ou o que fazer com os embriões excedentes quando o casal consegue ter seu filho, entre outros. Ele ressalta que o congelamento de óvulos permite que uma mulher com câncer mantenha sua autonomia reprodutiva.

“O congelamento de óvulos segue como tratamento muito bem fundamentado e como recomendação por parte das sociedades europeia e americana para pacientes com baixa reserva, que não tenham pretensão de engravidar no curto prazo, diagnóstico de câncer ou risco de perder os ovários.”  O congelamento social, de acordo com ele, também tem uma indicação bem fundamentada, principalmente, em pacientes entre 30-35 anos sem perspectivas de ter filhos.

Você sabe qual é a diferença entre o congelamento de óvulos e embriões?

O embrião se forma quando o óvulo é fertilizado pelo espermatozóide. A técnica de congelamento consiste na utilização de substâncias químicas (crioprotetores) para proteger as células do frio e assim permitir que elas sejam conservadas congeladas.

O embrião é formado por várias células, caso algumas delas não sobrevivam, ele consegue se corrigir e continuar seu desenvolvimento. A principal diferença é em relação ao descarte. Enquanto os óvulos podem ser descartados livremente, o descarte de embriões envolve questões legais e éticas.

Para se ter embrião, é necessário ter óvulos e espermatozoides. Logo os embriões são de responsabilidade do casal. Qualquer atitude quanto a eles tem de ser autorizada por ambos.

Já os óvulos são propriedade exclusiva da mulher e ela decide o que fazer com eles. Outra questão importante é que a legislação brasileira impede o descarte de embriões com menos de 3 (três) anos de congelamento. “Ou seja, o casal tem que arcar com os custos de manutenção do congelamento, ou então, optar pela doação dos embriões que está prevista em lei”, finaliza o dr. Roberto.

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