A poluição da água, do ar e do solo são temas de discussão no mundo, principalmente em relação ao impacto deles sobre a vida na Terra. Porém, em muitos lugares, como o Brasil, a população segue sendo exposta a resíduos industrias perigosos, que podem resultar em alterações no sistema endócrino dos seres humanos, como na regulação dos hormônios. Além disso, podem influenciar negativamente testículos, ovários, tireoides, metabolismo e ainda o desenvolvimento fetal, entre outros fatores.
Dessa forma, o sistema reprodutor estaria sob uma ameaça constante. Em estudos, comprovou-se que um disruptor endócrino (substâncias exógenas que causam alterações na função fisiológica das hormonas endónenas) pode ter muitos alvos no sistema reprodutivo masculino. Por exemplo, determinadas substâncias – algumas encontradas em produtos de uso pessoal – impactam sobre a espermatogênese e a produção de andrógenos. Por conta dessa contaminação, muitos homens produzem espermatozoides de baixa qualidade ou não produzem quantidade suficiente de espermatozoides para engravidar a parceira. Em longo prazo, isso pode ser muito grave.
Os disruptores endócrinos estão presentes em fórmulas de detergentes, produtos de higiene pessoal, resinas plásticas, tintas, agrotóxicos, fertilizantes, entre outras. Os disruptores conseguem “se disfarçar” de hormônios naturais, inibindo, assim, a ação desses e desregulando todo o sistema endócrino, com alto potencial de comprometimento do sistema reprodutor, podendo causar a infertilidade. São substâncias que as pessoas respiram, ingerem ou entram em contato diariamente sem se darem conta da gravidade. E que uma vez que chegam à corrente sanguínea, agridem nosso organismo.
Entre as substâncias tóxicas, as mais perigosas são DDT, PCB, aldrin, endrin, dieldrin, clordano, toxafeno, mirex, heptacloro, hexaclorobenzeno, dioxinas e furanos. Há também compostos orgânicos de metais que se caracterizam em se acumular nos tecidos de organismos vivos. As pessoas entram em contato com essas substâncias através da pele ou da inalação, mas principalmente por meio da boca. Pela ingestão de alimentos e pelo consumo de água e líquidos em geral é que ocorre a contaminação mais grave para o sistema reprodutor. Alimentos como carne, peixe e leite podem estar contaminados com resíduos de pesticidas, metais pesados e até esteroides anabolizantes.
Em estudos mais recentes, observou-se que as taxas de sucesso durante o tratamento de fertilização assistida aumentam quando a paciente reduz significativamente o consumo de carne. Os xenoestrogênios, encontrados sobretudo em alimentos ricos em gordura e até em algumas embalagens PET (polietileno tereftalato), também estão sob a suspeita de serem parcialmente responsáveis pelo declínio da qualidade de espermatozoides. No mundo, há uma queda na produção de espermatozoides de 1,9% ao ano, em média. Ainda não se sabe a razão disso, mas trata-se de uma combinação de fatores como maior exposição à poluição e agentes químicos.