Um estudo da Universidade de Southampton, no Reino Unido, revelou que as mulheres que trabalham em turnos são 80% mais propensas a ter problemas de fertilidade. Além disso, o trabalho em turnos também aumenta a chance de rompimento menstrual e o trabalho noturno potencializa o risco de um aborto espontâneo. Para tais conclusões, a pesquisa considerou estudos publicados entre 1969 e janeiro de 2013, com informações de cerca de 120 mil mulheres.
No estudo, os pesquisadores descobriram que as mulheres que trabalhavam em turnos possuíam 80% mais riscos de taxa de fertilidade reduzida e nível de interrupção na menstruação 33% maior do que outras mulheres. Nas mulheres que trabalhavam apenas à noite, não foi observada alteração na frequência de interrupção menstrual ou dificuldade de concepção. Porém, o índice de aborto natural foi 29% maior. Essa foi a primeirapesquisa que avaliou os efeitos do trabalho em turnos em relação à fertilidade e à saúde reprodutiva feminina. Até então, a privação de sono e as mudanças constantes no relógio biológico eram os únicos fatores já conhecidos que representavam algo de prejudicial à saúde.
Para os pesquisadores, o estudo mostrou que existem implicações na vida das mulheres que pretendem engravidar e também dos empregadores. E os dados coletados denotam uma associação entre o trabalho em turnos e os problemas de fertilidade, embora a pesquisa não tenha conseguido provar uma relação de causalidade devido à dificuldade estudos os efeitos a longo prazo. Sabe-se, no entanto, que a interrupção do sono ocasiona distúrbios biológicos nas pessoas.