A responsabilidade pela dificuldade do casal engravidar pode ser tanto masculina quanto feminina, em proporções quase idênticas
Um casal é considerado infértil, quando não há gestação após o período de 1 ano tendo relações sexuais sem o uso de métodos contraceptivos. É uma fase de tentativas que precisa ser encarada de forma natural e sem grandes expectativas. Mas ao completar esse período, sem que o objetivo da gravidez seja alcançado, o casal já deve buscar ajuda de um especialista para que seja feito um diagnóstico preciso do problema e indicada a melhor forma de tratamento. “A infertilidade pode ser primária, isto é, quando um casal não consegue ter o primeiro filho, ou secundária, que é quando o casal não consegue ter o segundo ou próximo filho”, comenta o médico especialista em Reprodução Humana, Dr. Marcelo Marinho, diretor da Clínica Fertipraxis.
Embora as mulheres sejam comumente associadas ao problema da infertilidade, a responsabilidade dos homens é quase a mesma. “Em alguns casos, a gestação não vem porque ambos apresentam algum tipo de problema”, acrescenta a Dra. Maria do Carmo Borges, outra diretora da Fertipraxis.
Os sinais da infertilidade masculina
Os especialistas enumeram as 5 principais causas da infertilidade masculina. São os problemas mais comuns que indicam tratamentos específicos:
• Os próprios espermatozoides são inférteis e incapazes de fecundar o óvulo. Ou então, a produção de espermatozoides é baixa;
• O envelhecimento que reduz a produção de espermatozoides e de esperma;
• O tabagismo pode causar a redução da qualidade do sêmen, além de provocar distúrbios hormonais.
• A má alimentação e falta de exercícios físicos provocam a obesidade e podem contribuir para a infertilidade masculina;
• O uso de drogas e anabolizantes, além do contato com agrotóxicos pode contribuir para um agravamento da infertilidade em casos em que a porcentagem de fertilidade é baixa.
“Os tratamentos recomendados para o caso de infertilidade masculina são: inseminação artificial, fertilização in vitro (FIV); fertilização por ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides); punção de epidídimo; MESA (aspiração de espermatozoides dos epidídimos por microcirurgia); e TESA (Coleta de espermatozoides diretamente nos testículos)”, esclarece o Dr. Roberto Antunes, também diretor-médico da clínica Fertipraxis.
Os sinais da infertilidade feminina
• Ciclos menstruais mais curtos ou longos que o comum (<21 dias ou > 40 dias)
• Distúrbios hormonais, pois as irregularidades menstruais surgem, quase sempre como consequência de alterações hormonais, provocadas por condições como a Síndrome dos ovários policísticos (SOP), alterações na secreção do hormônio prolactina e por disfunção da tireoide.
• Tubas uterinas: bloqueios nas tubas uterinas são a segunda causa mais relatada, quando se trata de infertilidade feminina. Geralmente resultam de processos inflamatórios, que estimulam a formação de aderências, impossibilitando a fecundação
“Uma vez identificado o problema, nós passamos a lidar com ele para preparar a mulher para a tentativa de gestação. E as recomendações vão desde a relação sexual programada até o uso das técnicas de reprodução assistida, dependendo da gravidade do problema”, acrescenta a Dra. Maria do Carmo.
Quais são os tratamentos de Reprodução Humana que existem?
Inseminação Artificial – É um procedimento considerado de baixa complexidade. Necessita, para ser indicado, da presença de pelo menos uma das trompas permeáveis e que o homem tenha sêmen com pelo menos 5 milhões de espermatozoides de boa motilidade.
FIV – Fertilização In-vitro – Método apontado como de alta complexidade. A fecundação, encontro de óvulos e espermatozoides, que normalmente acontece nas trompas, vai ocorrer em laboratório. O tratamento prevê estímulo hormonal da ovulação e coleta do sêmen por masturbação.
ICSI – Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides – Técnica de fertilização também de alta complexidade, além do preparo hormonal dos ovários, segue-se um processamento das amostras de sêmen para escolha de um espermatozoide a ser injetado diretamente dentro de cada óvulo.
Transferência de embriões – Esta escolha vai depender da individualização do ciclo, das idades, da resposta ao estímulo ovariano (segurança em relação à prevenção de hiper estímulo), da indicação de avaliação genética antes de transferência, etc. São situações discutidas com os interessados.
Doação de óvulos – A FIV com óvulos de uma mulher jovem é o procedimento indicado quando não há mais condições para uma mulher de utilizar os próprios.
Congelamento de óvulos – Indicado para os casais que querem adiar a gravidez, seja por motivos pessoais, profissionais e até por doenças graves como o câncer.
Congelamento de sêmen – Além das indicações nos casos de câncer, são também frequentes prévias à um tratamento quando o homem não poderia estar presente no dia da coleta dos óvulos, queda na contagem dos espermatozoides e até mesmo previamente a uma vasectomia, quando o homem deixa aberta a possibilidade de ter filhos.
Veja também: