Dra. Maria do Carmo revela a história da luta feminina que ajudou a construir a história da especialidade no Brasil e no mundo

Alguém me perguntou quem teria sido meu ídolo, minha inspiração para minha carreira e para minha especialidade? Fiquei um pouco a pensar, mas, seguramente, não posso citar apenas uma pessoa. É um conjunto. É um conjunto de ídolos.

 Algumas dessas mulheres que fizeram a diferença. Uma mulher estava na equipe do primeiro bebê de fertilização in vitro. Vamos começar com a enfermeira britânica Jean Purdy, que foi pioneira pois era assistente de Robert Edwards e Patrick Steptoe, os primeiros a nos mostrar este fantástico mundo da Reprodução Assistida.

A professora que desafiou o machismo  

Quando a gente vem para o nosso país, a minha primeira referência não foi uma profissional de Reprodução Assistida, mas foi uma profissional de Reprodução: a professora Clarisse do Amaral Ferreira. Quem teve o privilégio de contar com a participação dela em algum momento de sua vida profissional reconhece a sua importância. E as inúmeras pacientes que tiveram o privilégio de tê-la como médica e conseguiram ter o sucesso em sua gestação, sabem da importância para a Reprodução no Brasil. A professora Clarisse foi uma mulher que desafiou o mundo na época muito masculino, e que trouxe o tratamento da infertilidade para o Rio de Janeiro e para o Brasil em 1943.  

As mulheres em destaque hoje 

 E aí quando eu chego nos dias de hoje, eu posso pensar em colegas médicas que tomaram a decisão de participar desse mundo da reprodução assistida e batalharam seu caminho e sua importância dentro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e do nosso cenário. Eu quero citar três nomes Bela Zausner,da Bahia; Mariangela Badalotti., do Rio Grande do Sul e minha amiga Hitomi Nakagawa, de Brasília. Para não ficarmos só no pessoal médico  também quero citar 3 embriologistas:  Adriana Bos-Mikich do Rio Grande do Sul;  Ana Cristina Allemand Mancebo, nossa bióloga, nossa âncora e a base que possibilitou termos aqui na clínica um laboratório ótimo e de segurança; e Cláudia Petersen, de Ribeirão Preto. E tantas outras que, como todas essas mulheres que citei, foram e são fundamentais no cenário que temos hoje na Reprodução Assistida. 

 Muito orgulho em tê-las como companheiras de jornadas.