Estudos já indicavam que as noites mal dormidas trariam sérios prejuízos para a saúde e bem-estar das pessoas.

Estudos já indicavam que as noites mal dormidas trariam sérios prejuízos para a saúde e bem-estar das pessoas. De acordo com as pesquisas, pouco tempo de sono pode causar graves problemas cardiovasculares, aumentar o estresse, diminuir a atenção e os reflexos, entre outras doenças e sintomas importantes. Só nos Estados Unidos, as estimativas indicam que de 50 a 70 milhões de adultos têm problemas crônicos de sono e distúrbios de vigília. 

A pesquisa feita na Universidade de Boston e publicada recentemente, acrescenta mais um problema a lista. Ela relaciona a quantidade de sono à infertilidade masculina. O levantamento aponta que os homens que dormem menos de seis horas por dia podem ter sua capacidade de ter filhos afetada. ” Uma boa noite de sono é essencial, pois a produção dos espermatozoides depende diretamente da correta produção de hormônios pelo hipotálamo e pela glândula hipófise. Sem um sono adequado a secreção do FSH, LH e GnRH, que são os hormônios associados a espermatogênese, fica completamente afetada.”- afirma o Dr. Roberto Antunes, ginecologista e especialista em reprodução humana da clínica Fertipraxis. 

Dados recentes sugerem que o aumento na privação de sono nas últimas décadas coincidiu com o declínio da contagem de espermatozoides. O estudo da Universidade de Boston confirmou alguns resultados obtidos em pesquisas anteriores, como a que foi desenvolvida com homens dinamarqueses em que os distúrbios de sono estavam associados a menor produção de espermatozoides. Em outra pesquisa, esta com universitários japoneses, foi observado que os problemas no sono interferiam tanto no volume de sêmen quanto na contagem total de espermatozoides. 

O estudo da Universidade de Boston acompanhou durante 4 anos, a rotina de sono de homens e mulheres em idade reprodutiva, de 21 a 45 anos, selecionados por meio de questionários apresentados na internet. Foram ao todo 1.176 casais pesquisados. Trinta e quatro por cento dos homens relataram 6 ou menos horas de sono por noite, em média. Enquanto 16,1% relataram dificuldade para dormir em mais da metade do tempo. Os homens que relataram dormir menos de 6 horas, ou referiram ter problemas, como apneia do sono ou obstrução nasal, possuíam 42% menos probabilidades de engravidar a parceira. Os especialistas identificaram que os homens que não trabalham à noite ou em turnos rotativos apresentaram taxas de fertilidade bem superiores aos que se submetiam a uma rotina de sono diferenciada e menor do que as seis horas diárias. 

Segundo o Dr Roberto, este estudo reflete em parte a vida corrida e estressante que os casais modernos possuem, não tendo tempo para conseguirem recuperar suas energias. “Pensando dessa maneira”, complementa o especialista, “não é de se surpreender que uma qualidade ruim de sono reflita numa piora da função reprodutiva nos casais. Casais que desejam engravidar”, segue o diretor da Fertipraxis, “devem tentar, dentro do possível, é claro, diminuir os níveis de estresse no dia a dia, e uma das formas de se fazer isso é justamente tendo uma boa noite de sono”.

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