Quando o câncer de mama é descoberto na fase inicial, as chances de cura chegam a cerca de 90% dos casos. Por isso o autoexame e as consultas de rotina ao ginecologista, com exames de checagem são tão importantes.

Embora as possibilidades de cura sejam altas, há uma etapa que antecede o tratamento da doença que deve ser cuidada com atenção, a preservação da fertilidade feminina. Principalmente para mulheres que não tem filhos ou pretendem ter mais gestações, uma conversa esclarecedora sobre a relação entre o enfrentamento do câncer e a fertilidade é extremamente necessária antes do tratamento.

O câncer de mama costuma ser mais comum em mulheres a partir dos 40 anos, mas como a maternidade é cada vez mais tardia, nessa faixa etária há muito tempo não é incomum encontrar mulheres que ainda não engravidaram.

É importante saber que dependendo da indicação de quimioterapia, a medicação pode comprometer a reserva de ovariana e o índice de mulheres afetadas nesses casos pode chegar a 80%, dependendo do medicamento prescrito. Entre as medicações que podem provocar a insuficiência de ovários está a ciclofosfamida.

Como preservar a chance da maternidade após o câncer de mama?

O tipo de tumor e o estágio da doença podem ser determinantes para o impacto na fertilidade feminina, considerando que essas condições direcionam a necessidade e o tipo de quimioterapia, que em alguns casos provocam a menopausa precoce.

O congelamento de óvulos antes do início do tratamento oncológico é uma estratégia para a preservação da chance de gerar filhos. Quando isso é feito, os óvulos apresentam maior chance de serem fecundados após o tratamento e passam pela PGT-A ou Triagem Genética Pré-Implantação, o que aumenta a perspectiva de sucesso da fertilização in vitro.

Essa avaliação permite verificar o risco de aborto espontâneo e os potenciais embriões. Um exame importante principalmente em mulheres que desenvolvem o câncer de mama com menos de 40 anos, o que é indício de predisposição hereditária.

A esperança na Medicina Reprodutiva

O método mais usado é o congelamento de embriões por meio de óvulos fertilizados in vitro (FIV), porém, a FIV pode exigir um prazo de três a quatro semanas, prazo que talvez não seja possível diante do risco de adiar o tratamento contra o câncer em alguns casos.

Outra possibilidade é o congelamento de óvulos e a supressão ovariana, que pode – dependendo do caso – proteger parte dos ovários dos efeitos quimioterápicos. Outras técnicas continuam sendo investigadas, como por exemplo, o congelamento de pedaços de tecidos ovarianos.

Por outro lado, medicamentos como o tamoxifeno, muito usado para a prevenção de uma recidiva do câncer de mama pode estimular os ovários e aumentar a produção de óvulos e a possibilidade de embriões.

Uma recomendação médica bastante recorrente é a espera de dois anos antes da tentativa de uma gravidez em razão do maior perigo de recidiva grave neste período. Espera que para as mulheres com planos de gravidez pode ser comprometedora sem a proteção de um método de preservação da fertilidade.

Sonhar com a continuação da vida enquanto se encara a realidade de maneira consciente e amparada é sobretudo, para muitas pacientes, um aumento considerável da expectativa positiva sobre a doença.