O congelamento de sêmen deve ser realizado antes do início das sessões de quimioterapia ou radioterapia
A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Por isso, o Novembro Azul é o mês de intensificar as campanhas para prevenção do câncer de próstata, segunda maior causa de mortes pela doença entre os homens no Brasil, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer).
De acordo com os especialistas em Reprodução Humana não há uma ligação direta entre o câncer na próstata e a infertilidade masculina, mas os tratamentos agressivos contra a doença, como a radioterapia e a quimioterapia, entre outros, podem sim afetar a capacidade de reprodução dos homens.
Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula.
O médico diretor da Fertipraxis, Dr. Roberto Antunes, explica que, no caso de pacientes com câncer, existem protocolos especiais de tratamento que permitem o início do tratamento de imediato e que o ideal é que o tratamento seja iniciado antes da realização das primeiras doses de quimio ou radioterapia.
“O congelamento de sêmen é a principal opção para permitir que, no futuro, os homens que se submeterem aos tratamentos de câncer possam ter a possibilidade de exercer a paternidade.” Ele explica, ainda, que a criopreservação não tem limites de idade, o material coletado pode ser congelado por tempo indeterminado e a quantidade de espermatozoides não precisa ser elevada.
Segundo o especialista, com um pequeno número de gametas já é possível proceder o tratamento de fertilização In Vitro. “Se for possível, solicitamos que o paciente se mantenha sem ejacular por pelo menos 2 dias. Contudo, caso esse período de abstinência não seja possível, é viável proceder com o congelamento mesmo assim”, explica o Dr. Roberto.
Atualmente existem boas chances do homem ter um filho por meio das técnicas de fertilização. Outras técnicas também podem ser utilizadas, mas com algumas restrições. “A inseminação artificial, por exemplo, requer mais de cinco milhões de espermatozóides móveis presentes após o descongelamento do esperma para que haja uma maior chance de gravidez da parceira”, conclui o especialista.