Especialistas da Fertipraxis explicam a relação entre a doença e a infertilidade masculina

Como todo mundo sabe o mês de novembro celebramos o novembro azul, um mês de conscientização contra o câncer de próstata. Neste texto vamos falar sobre a relação entre o câncer de próstata e a infertilidade masculina.

Vale lembrar que o sêmen é um fluído muito complexo nos seus componentes, e estes são produzidos em locais diferentes e específicos, que vão desde os testículos, passando pelos epidídimos e também nas glândulas acessórias.

A próstata é uma dessas glândulas e o fluído ali produzido é rico em zinco, citrato e várias substâncias que são fundamentais para uma boa qualidade do sêmen.

A próstata é alvo de algumas doenças que, quando presentes, interferem diretamente na fertilidade masculina. Entre as principais estão as doenças inflamatórias, infecciosas, a hiperplasia da próstata e também o câncer de próstata, infelizmente.

Só no ano de 2019, aqui no Brasil, foram registrados mais de 65 mil casos novos de câncer de próstata. Tirando o câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata é o câncer mais comum entre a população masculina.

Para diagnóstico alguns critérios são utilizados como a dosagem do hormônio chamado PSA, o grau de invasão local dessa lesão, e o grau de diferenciação desse tecido. Portanto são critérios técnicos utilizados para definir o tipo de câncer e a gravidade do mesmo.

De acordo com a gravidade de cada caso, se estabelece e se propõe cada tipo de tratamento que pode ser desde uma radioterapia local cutânea, quimioterapia, ou mesmo a cirurgia de retirada da glândula que é chamada de prostatectomia. Com base em cada tratamento é possível avaliar alterações na espermatogênese e, portanto, na qualidade do sémen.

Dependendo do tratamento realizado, podemos ter desde oligospermia leve à acentuada ou até mesmo a ausência de espermatozóides (azoospermia) que, por sua vez, pode ser ou não reversível, dependendo do tratamento utilizado.

Por outro lado, a cirurgia da próstata, que é a retirada da glândula, por si só tem um potencial de levar a um tipo de infertilidade obstrutiva nesse homem quando operado. Então, o dano especificamente, têm repercussão na fertilidade masculina e vai ser proporcional ao tratamento empregado.

De modo geral, a conduta sobre a preservação da fertilidade em casos de câncer já virou um consenso e é sugerido à todo paciente, antes mesmo de ter iniciado o tratamento proposto pelo seu oncologista ou pelo seu urologista.

Todo paciente deve ser esclarecido sobre essa possibilidade de infertilidade e saber sobre a opção de congelamento do sêmen que assegura a ele a possibilidade de preservação da sua fertilidade.

Por Dr. Marcelo Marinho