Clínica Fertipraxis - Risco de doenças cardiovasculares não aumenta com tratamento para a fertilidade de acordo com estudoUm estudo canadense concluiu que os medicamentos usados no tratamento para a fertilidade não elevam o risco das mulheres desenvolverem doenças cardiovasculares a longo prazo. A pesquisa avaliou mulheres que deram à luz a partir do tratamento e as comparou com mulheres que deram à luz sem o tratamento. Ao fim do estudo, não se observou risco iminente de morte ou de problemas cardiovasculares futuros nas mulheres que realizaram o tratamento.

 

Como os medicamentos para a fertilidade podem causar complicações a curto prazo (diabetes e hipertensão gestacional, entre outras), a pesquisa avaliou a possibilidade de que eles provocassem danos cardiovasculares permanentes. Para isso, os pesquisadores analisaram os riscos de AVC, ataque cardíaco e insuficiência cardíaca em 1,1 milhão de mulheres, que realizaram o tratamento para a fertilidade, após o parto. Iniciado em 1993, o estudo terminou em 2010.

 

Os resultados obtidos em 17 anos de pesquisa demonstraram que o tratamento para a fertilidade foi responsável por um aumento de 30% de diabetes durante a gestação, assim como elevou em 16% o número de doenças placentárias e em 10% de pré-eclâmpsia. Em contrapartida, o estudo revelou que as mulheres que deram à luz após o tratamento para a fertilidade apresentaram cerca da metade do risco iminente de morte em relação às mulheres sem o tratamento.

 

As mulheres que receberam o tratamento também apresentaram a metade do risco de problemas cardiovasculares na comparação com outras mulheres. Os pesquisadores não creem que isto seja um efeito do tratamento, mas apenas que as mulheres que realizam tratamento para a fertilidade costumam manter um estilo de vida mais saudável por mais tempo. Também não foi reportado risco futuro de câncer de ovário ou câncer de mama nas mulheres observadas.

 

Em relação à saúde mental das mulheres que realizaram tratamento para a fertilidade e deram à luz, os pesquisadores atestaram uma diminuição na taxa de depressão e de automutilações. Diante destes resultados, é necessário que novas pesquisas sejam realizadas para desvendar qual o verdadeiro impacto do tratamento para a fertilidade na saúde das mulheres. Com tal conhecimento, será possível reduzir potenciais riscos para a saúde e melhorar o estilo de vida.

 

A pesquisa foi realizada pelo Institute for Clinical Evaluative Sciences (ICES) em conjunto com o Women’s College Hospital (ambas instituições de Toronto, Ontário, Canadá) e publicada no Journal of the American College of Cardiology.

 

Fonte: Medical News Today