Graças à evolução da medicina com os métodos de reprodução assistida, o sonho de ter filhos pode ser conquistado por grande parte das pessoas. Antes de explicarmos como, é válido entender do que se trata a reprodução humana.

Segundo Dr. Roberto de Azevedo Antunes, médico ginecologista, obstetra com especialização em reprodução assistida e endoscopia ginecológica e diretor médico do Centro de Reprodução Humana FERTIPRAXIS, a reprodução é a capacidade de dois indivíduos de uma espécie gerarem prole viva, saudável e, o mais importante, que tenha a habilidade de perpetuar sua espécie, isto é, que se reproduzam também.

“Atualmente, com o advento das técnicas de reprodução medicamente assistida, somos capazes de alargar o conceito tradicional e biológico de reprodução. Isso se dá, porque é possível fazer com que indivíduos inférteis, que jamais teriam filhos, consigam. Fomos mais além no casos dos humanos, atualmente podemos realizar gestações em úteros sub-rogados, em pessoas do mesmo sexo e, até mesmo, em mulheres já menopausadas”, informa o ginecologista.

Causas de infertilidade

Dr. Roberto explica que, aproximadamente, 30% dos quadros de infertilidade conjugal têm no fator masculino a sua causa. As mais comuns são as diminuições de concentrações dos espermatozoides no sêmen. Atualmente, um sêmen que possua menos de 15 milhões de espermatozoides por mililitro é considerado um material com baixa concentração.

“Por vezes, os quadros são mais graves, chegando ao extremo da ausência de espermatozoides no ejaculado. Esses casos, conhecidos como azoospermia, podem ocorrer por causas obstrutivas como, por exemplo, vasectomia e obstruções dos canais deferentes ou não obstrutivas como ejaculação retrógrada e falência testiculares”, alerta.

Já para as mulheres, o médico comenta que os principais fatores que levam à infertilidade são as alterações das trompas, por sequelas de infecções ou mesmo por endometriose, e as disfunções ovulatórias que são isoladamente a causa mais comum de dificuldade de gravidez de origem feminina. Essa última é muito comum nos quadros de síndromes dos ovários policísticos.

Principais métodos de reprodução assistida

O diretor médico do Centro de Reprodução Humana FERTIPRAXIS afirma que, basicamente, existem três métodos de auxílio aos casais que não estão conseguindo engravidar espontaneamente:

Coito programado com ou sem indução de ovulação associada

Corresponde ao acompanhamento da ovulação da mulher e a orientação do momento ideal para se ter relação e otimizar as chances de uma gravidez. É feito por meio de testes de ovulação e/ou por ultrassonografias seriadas.

“Nas pacientes com dificuldades para ovular pode ser necessário a utilização de medicações indutoras de ovulação como o citrato de clomifeno, o letrozol ou as gonadotrofinas. Vale ainda ressaltar que o coito programado é indicado para casais que possuam mulheres preferencialmente mais jovens, com dificuldades de ovulação, com trompas normais e com marido com sêmen normal. Quando não temos esses critérios, não deve ser realizada”.

Inseminação intrauterina

Segue os mesmos passos do coito programado, contudo, ao invés de ser recomendado ao casal para que tenha uma relação sexual normal no dia da suposta ovulação, o sêmen é coletado e processado para que melhore suas características. Uma vez que esteja pronto, é injetado no interior da cavidade uterina no período ovulatório.

“Sugerida para casais que não tenham tido sucesso com o coito programado ou para aqueles que tenham um sêmen de qualidade intermediária. Para que seja oferecida, as mulheres precisam ter trompas normais. Seria uma etapa intermediária de tratamento que conta com taxas de sucesso um pouco melhores que o coito programado”, aponta o ginecologista.

Fertilização in vitro

Técnica de reprodução na qual o sêmen é colhido e os espermatozoides são separados para fertilizarem os óvulos que foram recuperados diretamente das pacientes após a estimulação ovulatória controlada.

É oferecida como opção inicial para os casais que possuem trompas alteradas, sêmen de qualidade muito ruim ou que necessitem realizar procedimentos de diagnóstico genético pré-implantacional nos embriões, isto é, pesquisar doenças. Pode ser oferecida para pessoas que não tenham logrado êxito nas tentativas de coito programado ou de inseminação intrauterina também.

“Os embriões são formados no próprio laboratório, fator que explica o nome do método. A fertilização in vitro é mais complexa e necessita de um maior acompanhamento e intervenção médica nos casais, em contrapartida, é a alternativa com melhores taxas de sucesso”, salienta Dr. Roberto.

Vantagens e desvantagens de cada método

O coito programado, com ou sem indução de ovulação, tem a vantagem de ser de baixo custo e com pouca necessidade de uso de medicações. Segundo o ginecologista, as complicações são pouco frequentes, contudo é um método de baixa eficácia.

“De acordo com a literatura, a chance de gravidez em uma paciente com menos de 35 anos, que necessite realizar uma indução de ovulação e um coito programado, apresenta uma taxa de 5-7% por tentativa. A técnica pode ser realizada até seis vezes”.

Já a inseminação intrauterina apresenta taxas de gestação um pouco maiores, sendo 10-20% por tentativa em pacientes jovens. Para ser feita é necessário que a mulher tenha trompas normais e que o sêmen utilizado possua uma concentração mínima de 5 milhões de espermatozoides após o seu preparo. Tem poucas chances de complicações, porém conta com um valor maior, conforme afirma Dr. Roberto.

Por fim, a fertilização in vitro é o de maior custo. Entretanto, oferece uma série de benefícios exclusivos: permite o estudo genético embrionário anteriormente a implantação, o congelamento de embriões excedentes para tentativas de transferências e transcorre com taxas de gestação significativamente superiores de um modo geral.

Valores dos procedimentos

Dr. Roberto informa que os valores variam muito de acordo com a necessidade do número de controles ultrassonográficos, quantidade e tipo de medicações utilizadas e complexidade dos procedimentos laboratoriais a serem feitos.

“Usualmente, acompanhamentos de coitos programados são bem mais baratos do que de inseminação e fertilização. Em média, uma fertilização in vitro tem um custo que varia de R$ 15.000,00 até R$ 30.000,00”, finaliza o diretor médico do Centro de Reprodução Humana FERTIPRAXIS.

Fonte: http://oncoprod.com/artigos/um-sonho-possivel-reproducao-assistida