Entenda como funciona o procedimento capaz de preservar a fertilidade. 

Para entender como funciona todo o processo de congelamento de óvulos, vamos fazer uma viagem no tempo e voltar em 1978. Neste ano, a Reprodução Assistida foi inaugurada com o nascimento de Louise Brown. A diretora médica do Centro de Reprodução Fertipraxis, Dra. Maria do Carmo Borges de Souza falou sobre o assunto ao Portal Macetes de Mãe. 

O ocorrido despertou a atenção e o rancor de uma parcela da população, por representar uma ameaça, na época, de uma gravidez sem o sexo. Com o tempo, as técnicas evoluíram e alcançaram os continentes com a difusão do conhecimento científico e, hoje, são plenamente reconhecidas e aceitas. 

É fundamental, dessa forma, compreendermos que a Reprodução Assistida veio como uma resposta a uma nova demanda social. Assim como todo o seu desenvolvimento posterior representa respostas para atender a essa nova demanda.

A possibilidade de congelar os espermatozóides ou embriões para um uso futuro casa com a necessidade de se ajustar também o congelamento de óvulos. Esse foi o ponto que necessitou uma resposta mais elaborada inicialmente e que foi definida por uma questão social. 

Na Itália, uma lei proibiu a fertilização de mais do que dois óvulos resultantes de um estímulo ovariano. Isso impulsionou o desenvolvimento de uma técnica adequada para aproveitar o resultado do ciclo, facilitando um novo processo em caso de uma possível não-gestação ou desejo de uma gestação futura. 

Como é o processo de congelamento de óvulos?

O processo inicial do congelamento de óvulos é o mesmo de um ciclo de Fertilização in Vitro (FIV), mediante a estimulação dos ovários por período médio de 8-10 dias, com a aplicação de hormônios via subcutânea. O objetivo é otimizar o aproveitamento do grupo de folículos que se apresenta no início de cada ciclo menstrual, designados como folículos antrais. 

Ao invés de um folículo que cresce no ciclo natural, assume a dominância e chega sozinho no momento da ovulação, a meta é buscar vários dominantes, pois eles são o foco para se obter óvulos em metáfase II (maduros), adequados para serem fertilizados por espermatozóides. 

Hoje, nem ao menos precisamos esperar o início de um ciclo menstrual para começarmos a estimulação, pois aprendemos que o processo fisiológico pode ser abordado a cada momento. 

Assim, mesmo nas situações mais críticas quando o tempo é escasso e precioso para se conduzir a coleta dos óvulos, como nos casos de um diagnóstico oncológico inesperado e um tratamento quimioterápico, que pode determinar um grande comprometimento da função ovariana, é possível realizar o ciclo da criopreservação. 

Aqui, na América do Sul, assim como no mundo, a preservação da fertilidade mostra um desenvolvimento crescente. Os dados da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (REDLARA), em 2015, mostraram 3.232 ciclos iniciados com este objetivo, atingindo um total de 6.687 nos ciclos realizados em 2018. Os números significam um aumento de 48,3%.  

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